A música sempre o acalmou e tudo de que precisava naquele momento era tranquilidade. Pegou, pois, seu violão. Deixou seus dedos tocarem as cordas, compondo uma melodia qualquer. Insistiu nisso por um tempo, mas ainda não conseguia tirar seu pensamento daquela que fora embora.
Escrever nunca foi seu forte. Na verdade, nunca parou para tentar juntar algumas palavras. As letras de músicas românticas eram bonitas e emocionantes, mas as suas sempre seriam clichês, piegas. Bom, não custava nada tentar.
Papel e caneta em mãos, o violão ao lado. Deixou que apenas seus sentimentos falassem alto; depois, se fosse o caso, cortaria ou editaria algumas frases, certas expressões.
Três estrofes, um refrão, uma melodia. Após um tempo, estava tudo pronto. Cantar para ele mesmo não fazia sentido, mas era o único jeito. Com a porta de seu quarto aparentemente fechada, começou a tocar e cantar, tentando passar tudo o que a letra dizia por meio de sua voz.
Pode até ter ficado razoável de acordo com sua autocrítica, mas aquela pessoa que o havia observado desde o início da música silenciosamente deixava que as lágrimas em seus olhos e o sorriso em seu rosto dessem a resposta esperada.
Ela estava de volta e a músiva os havia reunido. Talvez agora passasse a escrever um pouco mais.
- Indicação de música: Edwin McCain - Write me a song