sábado, 6 de novembro de 2010

Labirinto

O tempo nos impõe limites.
A vida nos impõe escolhas.
Cansei de viver em um labirinto, onde tudo se parece e os caminhos não me levam a lugar nenhum, volto sempre para onde estava.
Não é uma questão de fugir daqui. Eu gosto desse lugar, é aqui que estão todos os meus amigos, as minhas lembranças, as minhas músicas e as minhas danças, além dos meus textos, das minhas palavras. Talvez elas tenham mais vontade do que eu de sair daqui, porque sempre parecem me abandonar por um tempo, mas acabam retornando, assim como todos nós sempre voltamos para o que nos conforta.
Não que as palavras me confortem, muitas vezes elas me confundem - e muito.
Sei lá, às vezes tudo parece um sonho - ou um pesadelo, tudo depende.
É, tudo depende. Você pode não gostar disso agora, mas quem sabe daqui a um tempo.
Eu quero sair daqui, mas eu também quero ficar.
E você? Já sabe por onde você vai até chegar onde você quer?

- Indicação de música: Mark Salling - Fugitive

sábado, 25 de setembro de 2010

Dez anos

A tecnologia encanta. Eu paro e olho, tudo é resumido a uma pequena máquina, a um micro aparelho. A vida que sempre vimos em três dimensões é redimensionada. Nós fomos redimensionados. Talvez daqui a dez anos você não passará de uma simples imagem no HD externo do meu computador. Talvez daqui a dez anos você nem lembrará que eu existo se não encontrar aquela nossa foto feita com aquela máquina de película. Talvez daqui a dez anos tudo não passará de um simples arquivo dentre as várias pastas que subdividem a sua vida.
Há dez anos nós estávamos juntos, daqui a dez anos poderemos estar lado a lado, porém separados por essa tecnologia tão encantadora.
Há dez anos não poderíamos ao menos imaginar que nossas vidas passariam por uma revolução como essa, que você mudaria tanto a ponto de ficar irreconhecível aos meus olhos.
Dê um tempo na tecnologia e preste atenção ao que realmente tem valor material para você.
Porque talvez daqui a dez anos você não encontrará nem essa pequena caixa onde há dez anos você guardou a nossa foto.


- Indicação de música: JLS - One shot

domingo, 12 de setembro de 2010

Eu queria ser um livro

Eu queria ser um livro.
Queria ser Poliana e aprender a jogar o jogo do contente, quem sabe, assim, eu compreenderia melhor as minhas ações.
Queria ser As Crônicas de Nárnia e desfrutar de um mundo mágico onde o tempo passa de forma muito diferente da realidade que eu vivo e crio todo dia.
Queria ser Alice no País das Maravilhas e encontrar a coragem que se esconde em algum canto do meu ser para que eu pudesse enfrentar os desafios que eu mesma me proponho.
Queria ser O Mundo de Sofia e descobrir novos saberes úteis à filosofia da minha rotina.
Queria ser um bestseller, não importa o gênero. Ser compreendida no mundo todo, ter meu trabalho apreciado.
Na verdade, queria ser poeta e poder manejar as palavras de acordo com o que eu sinto, poder compartilhar o que eu sei que muitos sentem e negam sentir.
Eu queria ser um livro, ter minhas páginas folheadas por uma criança que começa a descobrir a aventura enigmática daquele mar de letrinhas que ela tem pela frente.
Eu queria ser um livro, chorar e rir com a história de alguém que tem muito a acrescentar.
Um livro, apenas isso eu queria ser. De uma livraria luxuosa, de uma biblioteca empoeirada, de um sebo qualquer.
Eu queria ser um livro e saber que sempre haverá alguém para cuidar de mim e entender as minhas palavras confusas, os meus sentimentos mais abstratos.
Eu queria ser um livro.


- Indicação de música: Peter Gabriel - The book of love

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Mudanças

O corte do cabelo, a cor do esmalte, uma roupa, a aparência. Constantemente passamos por pequenas mudanças que, simplesmente, fazem parte de nossas vidas. E, se pararmos para observar, podemos até nos assustar com o que aconteceu com todos nós. O tempo passa e todos nós mudamos, sempre foi assim e continuará a ser assim. Não temos muitas escolhas, a não ser fazer de tudo para que essas mudanças sejam sempre para melhor.
As pessoas mudam, não adianta. Dê seu jeito para (tentar) conciliar tudo.


- Indicação de música: Brandy - Camouflage

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Palavras

Acho que todos já passaram por aquele momento em que você tem em mente exatamente o que quer falar, o que quer dizer, mas não sabe como expor aquilo.
Não conseguem explicar o que está acontecendo ou como funcionará aquele projeto do trabalho, não conseguem dizer que amam alguém.
Por medo, insergurança ou por um simples "branco" que deu naquele momento, deixamos de falar, deixamos de agir. Ficamos paralisados, gaguejamos.
Não adianta, as palavras não saem. Ou, se saem, não o fazem de forma clara, compreensível.
Palavras que nos proporcionam emoções inexplicáveis, que servem para nos fazer seguir em frente.
Palavras, palavras, tudo muito confuso.
Míseras letrinhas que facilitam, mas também complicam bastante a nossa vida.
Você já disse algo hoje?


- Indicação de música: Missy Higgins - Warm whispers

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Alguém batia à porta

A qualquer momento faria um buraco no chão de tanto andar de um lado para o outro. A hora não passava e a ansiedade só aumentava. Estava há anos sem vê-lo, com certeza não saberia reconhecê-lo no meio da rua. Só conseguia se recordar de sua voz, aquela que ouviu poucas vezes durante todo esse tempo em que ficaram separados. Ninguém entendia o porquê de se falarem tão pouco e apenas por telefonemas rápidos, mas, para eles, aquilo bastava. Bastava para lembrá-los que ainda pensavam no outro, bastava para mantê-los ligados de certa forma. Não podiam negar a ansiedade em ver como o outro estava, de sentirem o toque e o carinho do outro.
Alguém batia à porta.

A qualquer momento faria um buraco no chão de tanto andar de um lado para o outro. As horas haviam passado rápidas demais, dias já tinham se passado. Não podiam negar a ansiedade em ver o outro pela última vez, de sentirem o toque e o carinho do outro.
Alguém batia à porta.
Era hora dele voltar.



- Indicação de música: Dave Barnes - Home

domingo, 8 de agosto de 2010

ACITÍLOP

A Copa do Mundo de Futebol, ao coroar a Espanha, abriu espaço para o período eleitoral. Chegou a época de ouvir músicas de candidatos pela rua, de receber inúmeros panfletos, de assistir a propagandas eleitorais em massa. E chegou a época de anunciarem novas candidaturas de personalidades que não demonstram relação nenhuma com a área. As pessoas ainda querem nos dizer que é hora de exercermos nossa cidadania, nosso direito ao voto?
Os panfletos cheios de letras miúdas só faltam mencionar que aquele candidato já foi à Lua. Quem realmente garante que aquilo tudo saiu do papel?
As músicas das campanhas só faltam vir acompanhadas de depoimentos de crianças felizes sobre o candidato. Quem realmente garante que aquilo tudo não é farsa?
As propagandas eleitorais só faltam prometer que vão construir uma linha subterrânea que liga a América ao Oriente Médio. Quem realmente garante que aquilo tudo será feito?
Está tudo ao contrário nesse país que se diz democrático. Se eu não voto, cometo crime eleitoral. Se eu anulo o meu voto, resmungam que assim a situação nunca mudará. Acontece que a maioria vai acabar votando naquele candidato pelo qual tem simpatia e seja o que Deus quiser. Ninguém percebe que as coisas estão do lado avesso.
Bom, acho que não sou eu a pessoa mais certa para mudar alguma coisa.


- Indicação de música: Adam Lambert - Master plan

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Leite, portas e cultura


Ninguém costuma dar valor à própria cultura, muito menos entendê-la e perceber como ela contribui para sua vida. Mas é após assistir à palestra do professor John Knight (professor de inglês e Cultura Americana para alunos estrangeiros da Saint Mary's College, Califórnia) que você começa a notar as "falhas" existentes no seu conhecimento acerca da sua cultura. E tudo fica claro quando ele conta sobre o período em que morou na Alemanha, aos 7 anos de idade.

Ele estava num casamento e, para as crianças, serviram leite morno. Acontece que, segundo John, crianças americanas não gostam de leite morno. E vai além: ele conta que, na Itália, quando os garços souberam desse detalhe, colocaram gelo no copo de leite. E foi quando ele, mais tarde, chegou à Etiópia para passar um tempo dando aula que ele percebeu que o único modo de se tomar leite por lá era se ele fosse fervido. Culturas bem diferentes, não?

Não falo aqui para inferiorizar quem pouco ou nada sabe sobre a própria cultura, porque eu não sou muito diferente. Isso me fez pensar que nós ainda temos que passar por muitas portas e contar e ouvir muitas histórias para conhecermos e entendermos ainda mais.



- Indicação de música: Jason Derulo - The sky's the limit

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Feliz por dançar


Acho que todos já ouviram falar do programa So You Think You Can Dance.

Não deve ser surpresa nenhuma eu falar que sou viciada nesse programa, certo?

Sabe o que me atrai nele?

Além do talento surpreendente dos dançarinos, a paixão que eles mostram pela dança.

Isso chega e me arrepiar e até a me fazer chorar quando eu consigo perceber e sentir todo esse sentimento através das excelentes coreografias que apresentam.

Eu entendo todo o sofrimento deles nos ensaios, para aprender e decorar os passos, para conseguir entrar na contagem da música.

Eu entendo a dor que eles sentem, a força que fazem para que saltem no tempo certo, em sincronia com quem estão dançando.

E uma coisa que me deixou muito feliz essa semana soi saber, através do programa, que a Gatorade reconhecerá, pela primeira vez, a dança como um esporte.

Eu sempre brinquei dizendo que eu só sou boa em esportes se a dança for considerada como um.

Agora acho que não preciso mais optar por isso.

Além disso, me alegra ver que a ideia de uma simples pessoa (tá, do produtor executivo do programa, Nigel Lythgoe) tomou imensas formas.

Foi cogitada a possibilidade de se fazer um Dia Nacional da Dança nos Estados Unidos.

Coreógrafos, artistas, grandes nomes do mundo da dança aderiram à ideia e amanhã serão realizados inúmeros eventos de dança em todo o país, de aulas de dança a flashmobs dos Congressistas em Washington, todos poderão sentir o prazer que a dança oferece.

Eu queria que as coisas fossem assim por aqui, que as pessoas entendessem um pouco mais de dança. Não digo para saberem os nomes dos passos, para entenderem a técnica. Compreender a beleza e a força já basta.

Eu sou feliz por poder dançar. E você?



- Indicação de música: Alana D. - Break it down

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Vozes

Posso parecer louca quando digo isso, mas eu ouço vozes.
Vozes que chamam por meu nome.
Vozes retiradas de vídeos que guardam lembranças da minha infância.
Quero me esconder, não quero correr o risco de várias pessoas presenciarem minhas reações ao ouvir e relembrar essas vozes.
Quero poder dar aquele sorriso bobo quando me lembrar daquele garotinho brincando comigo, quero poder rir quando me lembrar da minha mãe gritando para eu parar de andar sapateando pela casa.
Na verdade, quero sempre poder ouvir essas vozes.
Talvez só assim eu possa deixar toda essa confusão pela qual minha vida passa agora de lado, guardada numa caixa no fundo do armário.
Quero me esconder, mas também quero me achar.
Quero me ver quando criança, quero poder presenciar agora aquele momento de anos atrás.
Quero ver minhas verdadeiras expressões e reações do momento, não as que sobressaíram no vídeo.
Eu quero mesmo é poder sonhar que um dia tudo deixará de ser tão confuso e voltará a ser tão simples como era naquela época.
Quero continuar ouvindo essas vozes que me fazem rir e chorar, não quero que o tempo tire tudo isso de mim.
Vozes, vozes, não me façam parecer louca, apenas feliz.

- Indicação de música: Meiko - Heard it all before

segunda-feira, 5 de julho de 2010

A dança em nome da solidariedade

O impacto com a tragédia das chuvas e a sensibilidade com o drama de vizinhos e conhecidos que perderam suas casas levou o pessoal do grupo Nikit Dancers a promover, nos dias 15 e 16 de maio, um workshop solidário de hip hop e danças urbanas na quadra do clube Canto do Rio, principal posto de recolhimento de doações.
“Como já fazemos o UpGrade workshop há dois anos, temos um público cativo, é um evento já conhecido. Já que temos essa ferramenta, por que não usá-la para ajudar o próximo?”, comentou a diretora e organizadora do UpGrade Workshop, Alessandra Mattos.
Os cerca de 60 participantes viram na iniciativa a possibilidade de aprimorarem sua dança enquanto ajudavam, através das doações, famílias ainda desabrigadas. “O caráter solidário contribuiu para eu estar aqui. Estou num momento juntando trapos. Além disso, no Rio, onde eu trabalho, é difícil um evento desse tipo acontecer”, disse Rodrigo Mendes, estudante do 3º período de Dança na UniverCidade.
O workshop contou com a colaboração dos DJs Williamy e Bruno, dos professores Rodrigo Bernardi, Marcelle Pessanha, Josh Antônio, Bernardo Stumpf, Bárbara Lima, Tito Lacerda, JP-Black e Juliana Donato, todos como voluntários.
“É incrível ter professores de tão alto nível envolvidos na causa”, ressaltaram Ryan Lopes e João Fellipe, também participantes.

No total, foram arrecadados 410 itens de higiene pessoal, 50kg de alimentos não perecíveis e 8 grandes sacos de roupas, tudo organizado em dez cestas básicas entregues diretamente às famílias desabrigadas.



- Essa foi uma matéria que eu fiz para a faculdade. Tudo bem que estamos em julho e esse evento que eu cobri foi em maio, mas nunca é tarde quando o assunto é solidariedade e dança, pelo menos eu vejo as coisas assim.
Acho que aqui pode ficar a "lição" de que a dança não é um mundo paralelo, isolado de tudo e todos. Todos podem e devem dançar. E se isso tem um lado solidário, é ainda mais gratificante.

Aqui está um vídeo sobre o evento: http://www.youtube.com/watch?v=8MEKwqSrC0g


- Indicação de música: Joy Williams - Charmed Life

terça-feira, 29 de junho de 2010

Segredos

As pessoas guardam segredos.
Querem esconder algo de todos ou apenas evitar sérias consequências?
Independentemente, guardam aquela informação para si, até chegar o momento em que não mais aguentarão cuidar daquilo sozinhas ou o momento em que tudo vier à tona.
Guardar segredos implica dúvidas sobre o futuro, sobre quanto tempo você terá até que tudo vá por água abaixo.
A vida é imprevisível.

"Never trust a pretty girl with an ugly secret."


- Indicação de música: Pink - One foot wrong

domingo, 13 de junho de 2010

Sonhos

Eu sempre sonhei em voar. Ver o mundo lá de cima, todos como formiguinhas aqui embaixo. Eu poderia ter o controle de tudo o que estava acontecendo, da esquina de uma rua até o último prédio da última rua da outra cidade.
Eu sempre sonhei que o mundo seria melhor. Não ter que me preocupar quando saísse de casa, poder ver todos felizes e satisfeitos com suas respectivas vidas.
Eu sempre sonhei que um dia eu viveria como num conto de fadas. Não com príncipes chegando em seus cavalos brancos, com aquelas roupas tipicamente francesas, apenas alguém que realmente se importasse. Não precisaria de uma vida de Cinderela, Branca de Neve, Aurora ou qualquer outra princesa da Disney.
Sonhos vão e vem e não é por isso que eu vou deixar de sonhar, de fantasiar. Quero poder fugir para o meu mundo paralelo quando der vontade de sumir daqui, de me esconder do mundo como nós o conhecemos.
E eu sei que, no fundo, todos já sonharam com seus próprios contos de fada, com seus mundos perfeitos e com seus vôos surpreendentes.
Não é deixar a nossa realidade de lado, mas simplesmente recriá-la de modo que não precisemos ficar tão presos a tudo que nos impede de ser ainda mais felizes.



- Indicação de música: Priscilla Ahn - Dream

domingo, 30 de maio de 2010

Reunião com música


A música sempre o acalmou e tudo de que precisava naquele momento era tranquilidade. Pegou, pois, seu violão. Deixou seus dedos tocarem as cordas, compondo uma melodia qualquer. Insistiu nisso por um tempo, mas ainda não conseguia tirar seu pensamento daquela que fora embora.

Escrever nunca foi seu forte. Na verdade, nunca parou para tentar juntar algumas palavras. As letras de músicas românticas eram bonitas e emocionantes, mas as suas sempre seriam clichês, piegas. Bom, não custava nada tentar.

Papel e caneta em mãos, o violão ao lado. Deixou que apenas seus sentimentos falassem alto; depois, se fosse o caso, cortaria ou editaria algumas frases, certas expressões.

Três estrofes, um refrão, uma melodia. Após um tempo, estava tudo pronto. Cantar para ele mesmo não fazia sentido, mas era o único jeito. Com a porta de seu quarto aparentemente fechada, começou a tocar e cantar, tentando passar tudo o que a letra dizia por meio de sua voz.

Pode até ter ficado razoável de acordo com sua autocrítica, mas aquela pessoa que o havia observado desde o início da música silenciosamente deixava que as lágrimas em seus olhos e o sorriso em seu rosto dessem a resposta esperada.

Ela estava de volta e a músiva os havia reunido. Talvez agora passasse a escrever um pouco mais.



- Indicação de música: Edwin McCain - Write me a song

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Decupagem


Até agora o meu vídeo tem 163704 horas gravadas. É a minha vida, todos os 6821 dias que já vivi. Tudo em ordem, seguindo uma verdadeira linha do tempo.

Preciso decupar esse vídeo, preciso selecionar as melhores partes, elas que importam.

Ok, tudo pronto. Posso começar.

Ali, pode parar o vídeo! Certo, selecionado.

Continuando...

Pronto, agora tenho os melhores momentos da minha vida. Poderia ficar feliz, certo?

Pois é, não fiquei. Acho que não devia ter feito isso.

Não tenho como dividir a minha vida por mais que possa parecer que sim.

Os instantes são vários, eternos, infinitos.

Os acontecimentos...alguns simultâneos.

Considerando o meu "tempo" de vida como uma simples e imaginária/virtual linha do tempo me permite medir todos esses meus 18 anos e mais alguns dias, dessa forma posso tentar fazer uma divisão e uma seleção.

Mas nada disso é real.

Isso é apenas mais um hábito de querer concretizar algo que não tem como ser concretizado.

É, o jeito é deixar toda essa história de decupagem de lado e continuar gravando.



- Indicação de música: Toby Lightman - One Day

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Não se preocupe

Várias ideias, nada registrado. Será que consigo passar tudo para o papel?
Ruídos, caos. Não tenho como me concentrar nesse canto da casa.

Aqui devo conseguir. Silêncio.
Muito silêncio, assim não dá.
Há quanto tempo estou aqui? Horas?

Dois míseros minutos com sensação de horas.
3, 2, 1, aqui vou eu. Pelo menos algo eu tenho que escrever.

Dez minutos com sensação de segundos.
Como isso aconteceu? Mal comecei e já se passou todo esse tempo!
Desisto! O texto não ficou bom.

Bom seria se eu conseguisse colocar tudo o que sinto e/ou penso em palavras.
Pelo visto não consigo. Ou, então, o que escrevo não me satisfaz.
Apago tudo? Apenas edito o que tenho até agora? O lixo é uma boa ideia.

Que melodia é essa? Não me lembro de ter ligado o rádio.
Deve ser tudo fruto da minha imaginação.

Meia hora e, até agora, nada.
E, enquanto isso, tudo acontece lá fora. O que será que eu perdi?

Enfim, perdi o jeito com as palavras que se encontram em minha mente.
Será que amanhã eu consigo? Talvez com uma boa noite de sono, sim.

Nada passou de um sonho.
Aqui está o texto, reduzido de forma que você o entenda.
Se não o fizer, não se preocupe.
Nem sempre nós entendemos o que escrevemos.




- Indicação de música: Chantal Kreviazuk - Time

domingo, 2 de maio de 2010

Mais tarde

Tudo o que ela queria era ter forças para enfrentar sua insegurança, queria ser capaz de não ligar tanto para o que a perturbava no momento.
Dispunha de espaço, de tempo, de música. Não era necessário ter um espelho, não fazia questão de um, mas não questionaria a presença daquele à frente.
Não faria uma coreografia, deixaria que sua imaginação a movimentasse. E assim fez. Saltou, girou, dançou como nunca havia feito. O que sentia era diferente de tudo o que havia sentido antes e só daquela forma tinha a chance de finalmente botar tudo em ordem.
E foi quando parou de dançar que viu o reflexo dele no espelho. Se corresse em sua direção ou se apenas o ignorasse, não tinha jeito, teria que voltar a dançar mais tarde.



- Indicação de música: Anthony Hamilton - Dear Life

quinta-feira, 29 de abril de 2010

29 de abril: Dia Internacional da Dança

Hoje é dia de repensar seus passos, recriar suas coreografias, redimensionar suas emoções, colocar tudo em dia com a melodia do momento.

Hoje, acima de tudo, é dia de reforçar sua paixão pela dança, por aquilo que faz com que tudo ao seu redor não importe do momento em que a música começa a tocar até o último suspiro dado ao final da coreografia.

Não é preciso que o mundo veja a dança com outros [bons] olhos, apenas que cada um sinta o valor que a dança tem em sua vida.



- Indicação de música: Elisa - Dancing

domingo, 18 de abril de 2010

Liberdade e dança

Dance quando não estiverem olhando,

Dance ainda mais quando estiverem.

Dance para curar uma ferida,

Dance para curar uma cicatriz.

Dance sob a chuva,

Dance sob o sol.

E quando achar

Que não é capaz de dançar,

Apenas saia e corra.

Dance ao som das partidas,

Dance a música do seu coração.

Dance apesar de saber

Que seu mundo está ruindo.

(tradução do poema Live free, Dance hard, de Meagan Slack)

- Indicação de música: Brandy - Long Distance

Música. Arte. História.

E é depois de ter visto um musical maravilhoso que você percebe como podemos contar diversas histórias e estórias através da música. É certo que, de vez em quando, temos que dar asas a nossa imaginação, deixá-la, por conta própria, compreender, ou pelo menos tentar capturar, a essência de tudo, aquilo que forma o eixo da narrativa.

Enfim, temos à disposição arte. Sim, música muitas vezes é arte. E música muitas vezes é história. Se é de sofrimento ou se tem um final feliz, pouco importa. A questão aqui é desvendar o mistério da melodia e da letra, deixá-las fazer seu trabalho dentro de cada um de nós e, assim, apreciar a obra que temos à frente.

Conte uma história, pinte uma obra, cante uma música.


- Indicação de música: The Beatles - Because

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Na minha época

Na minha época,
Meninas com dez anos
Ainda brincavam de boneca.

Na minha época,
As músicas que ouvíamos
Eram das Chiquititas.

Na minha época,
Esmalte vermelho
Era para as mais velhas.

Na minha época,
As garotas costumavam
Fazer festa do pijama.

Na minha época,
Computador era só
Para jogos.

Na minha época,
Pais e filhos
Passavam mais tempo juntos.

Agora, na sua época
Você fica pensando sobre
Como deveria ter sido
Viver na minha época.

Porque na sua época
Tudo é isolado
Está tudo mudado
Nada mais é
Como era na minha época.



- Indicação de música: Daughtry - September

Força

Muitos não enxergam a dança como um esporte, apenas como um hobby. Mal têm conhecimento das diversas competições, dos inúmeros concursos dos quais participamos. Sim, faço uso da 1ª pessoa do plural, pois eu me incluo. Mas não venho falar disso.

É simplesmente maravilhoso poder passar aos outros tudo o que você sente, por meio de uma coreografia. Algumas pessoas podem não compreender a técnica, mas isso, às vezes, nem eu mesma compreendo 100%. O que importa é se deixar levar pela melodia, pelo ritmo e fazer de cada passo um momento único. Muitas vezes procurei a dança como uma válvula de escape. Dançar é poder não pensar em nenhum problema, é poder ter o seu momento consigo mesmo. Não pretendo induzir todos a dançarem, apenas ressaltar a força da dança.

Finalizo o post, indicando uma música cujo ritmo deve fazer pelo menos o seu pé se movientar um pouco: Che'Nelle - Teach Me How To Dance.

Apresentação

Hesitei por muito tempo, mas enfim criei o blog. Pensava que eu deveria me prender a isso, sempre mantê-lo atualizado e que isso acabaria por me deixar ansiosa, sei lá.

Mas, aqui estou para falar o que vier à mente. Farei de tudo para que o blog tenha, não só a minha cara, como a de quem se identificar com o que aqui estiver escrito.

É, acho que é isso. Espero que gostem do que está por vir.