domingo, 12 de setembro de 2010

Eu queria ser um livro

Eu queria ser um livro.
Queria ser Poliana e aprender a jogar o jogo do contente, quem sabe, assim, eu compreenderia melhor as minhas ações.
Queria ser As Crônicas de Nárnia e desfrutar de um mundo mágico onde o tempo passa de forma muito diferente da realidade que eu vivo e crio todo dia.
Queria ser Alice no País das Maravilhas e encontrar a coragem que se esconde em algum canto do meu ser para que eu pudesse enfrentar os desafios que eu mesma me proponho.
Queria ser O Mundo de Sofia e descobrir novos saberes úteis à filosofia da minha rotina.
Queria ser um bestseller, não importa o gênero. Ser compreendida no mundo todo, ter meu trabalho apreciado.
Na verdade, queria ser poeta e poder manejar as palavras de acordo com o que eu sinto, poder compartilhar o que eu sei que muitos sentem e negam sentir.
Eu queria ser um livro, ter minhas páginas folheadas por uma criança que começa a descobrir a aventura enigmática daquele mar de letrinhas que ela tem pela frente.
Eu queria ser um livro, chorar e rir com a história de alguém que tem muito a acrescentar.
Um livro, apenas isso eu queria ser. De uma livraria luxuosa, de uma biblioteca empoeirada, de um sebo qualquer.
Eu queria ser um livro e saber que sempre haverá alguém para cuidar de mim e entender as minhas palavras confusas, os meus sentimentos mais abstratos.
Eu queria ser um livro.


- Indicação de música: Peter Gabriel - The book of love

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